sexta-feira, 23 de maio de 2008

O ZÉ LEO QUER UMA BIKE NOVA!

QUE BIKE PARA FAZER O QUÊ?
Antes havia o BTT. Hoje há o XC, o MX, o AM, o FR, o DH, o 4X... A evolução da espécie desenvolveu produtos específicos para utilizações diferenciadas.
Porque há sempre amigos a querer iniciar-se no BTT ou a querer trocar de montada e a BIKE MAGAZINE desenvolveu este artigo tão completo, não resisto a publicá-lo:

XC Cross Country
Definição: modalidade de competição onde o baixo peso da bike é o mais importante. As bikes de XC podem ser utilizadas também em lazer, mas são menos confortáveis. Existem muitas, baratas, mas pesadas.
Características principais: as bikes são muito leves, por isso não têm suspensão atrás (mas podem, e existem muitas), os componentes são ultra-leves e sacrifica-se a rigidez de alguns deles, como das rodas. Os ângulos são muito agressivos e a posição de condução muito deitada. Algumas marcas optam por travões V-brake porque são mais leves.
Utilização principal: circuitos onde se quer agilidade e rapidez de aceleração, onde o trilho não é demasiado irregular. Também é utilizada no dia-a-dia por quem procura uma bike abaixo dos 10 kg para fazer boas médias e atacar as subidas.
Também permite: fazer Maratonas e Enduro
Limitações: nas Maratonas fica limitada pelo escasso conforto e pela posição de condução muito agressiva. Na prática de Enduro, muitos dos componentes estão perto do limite de resistência.

MX Maratonas
Definição: bicicletas para provas mais longas (desde 60 a mais de 100 km) em que já é benéfico ter uma bike de suspensão total com cursos entre os 90 a 120 mm atrás. No entanto, há construtores que catalogam rígidas como bikes de maratona devido à posição de condução.
Características principais: posição de condução um pouco mais descontraída, componentes leves mas confortáveis (selim e guiador elevado), para enfrentar as grandes distâncias.
Diferenças para a categoria anterior: mais 20 a 30 mm curso atrás e à frente; é mais frequente utilizar travões de disco; posição de condução um pouco mais relaxada devido aos ângulos menos agressivos.
Utilização principal: provas ou passeios de mais de três/quatro horas de duração em pisos mais irregulares.
Também permite: XC com mais conforto e Enduro.
Limitações: no XC o peso é o principal obstáculo (para quem se importa), no Enduro, é a resistência dos materiais quando são muito “light”.

Enduro
Definição: passeios ou pequenas expedições onde os trilhos são bastante acidentados e já é necessário algum conforto e segurança extra, que vamos conseguir com maiores cursos e componentes mais confortáveis e resistentes.
Características principais: cursos entre os 120 e os 150 mm; componentes mais resistentes, posição de condução mais descontraída, pesos na ordem dos 13 a 16 kg, consoante o preço da bike.
Diferenças para a categoria anterior: mais curso, mais resistência geral, posição de condução mais favorável para grandes distâncias e trilhos técnicos/irregulares
Utilização principal: trilhos com muitas pedras ou raízes, passeios de longa distância, e algumas descidas animadas
Também permite: All Mountain, 4X, XC e Maratonas
Limitações: No 4 X poderá ser a geometria, porque o equipamento e o curso muitas vezes são semelhantes, claro que é para pilotos experientes e com condução suave; no All Mountain peca pela menor resistência dos materiais e pouco curso; no XC e Maratonas, o peso e a posição de condução são os “contras”, especialmente a subir.

AM All Mountain
Definição: para trilhos difíceis com descidas, alguns saltos e pequenos drops mas em que é preciso pedalar e até subir sem grandes sofrimentos.
Características principais: a partir desta categoria, as bikes já começam a descer melhor do que a subir! Geometria para descer, cursos generosos, materiais resistentes mas leves, elevada polivalência.
Diferenças para a categoria anterior: mais curso, mais peso, posição de condução mais estável e confiante, material mais resistente
Utilização principal: trilhos muito técnicos e irregulares com saltos, drops, descidas, pedra, etc. mas sem grandes excessos!
Também permite: Enduro, Maratonas e Freeride
Limitações: no Freeride muitas vezes são os amortecedores utilizados (a ar e pouco resistentes) e alguns componentes leves, como as rodas, guiador ou espigão; no Enduro praticamente não têm limitações, apenas são um pouco mais pesadas; quem não tiver dinheiro para duas bikes (ou mais) uma boa All Mountain de 14 kg permite fazer uma maratona para quem não tem objectivos de vencer e ainda utilizá-la no dia a dia para passeios mais agressivos!

FR Freeeride

Definição: bikes para descer e curtir uns saltos e drops com segurança mas com preços acessíveis (ou não) e ainda com alguma capacidade para pedalar.
Características principais: cursos entre 170 e 200 mm, suspensões de coroa simples ou dupla, duplo prato pedaleiro e um peso abaixo dos 20 kg
Diferenças para a categoria anterior: mais curso, materiais mais resistentes, geometria mais confiante
Utilização principal: saltos, drops, manobras e grandes descidas.
Também permite: All Mountain e DH
Limitações: No DH poderá ser o curso e a eficácia do sistema de suspensão traseiro da bike, que normalmente é mais indicado para absorver grandes pancadas e menos para “comer” com muita sensibilidade todas as pequenas irregularidades do circuito; no AM é o peso e a capacidade para pedalar, especialmente a subir, que limitam o gozo!

DH Downhill
Definição: para pistas de DH onde o objectivo único é descer
Características principais: cursos entre os 200 e os 240 mm, pesos entre os 17 e os 21 kg
Diferenças para a categoria anterior: suspensão traseira mais eficaz em termos de sensibilidade; na teoria, não precisam de ser tão reforçadas nalguns componentes, por isso é que algumas conseguem chegar a pesar apenas 17 kg (ou mais, nos protótipos de pilotos de topo)Utilização principal: descidas de DH, em competição ou nãoMas também permite: FR e Extreme FR
Limitações: em FR, a limitação poderá estar na escolha de alguns componentes menos resistentes se és daqueles que quer ter uma bike de DH leve. Em Extreme FR, esses mesmos componentes, e o próprio quadro, podem não aguentar algumas brincadeiras mais “no limite”.

FRX Freeride extreme
Definição: drops gigantes, grandes saltos… “Bender style”, e não só!
Características principais: bikes muito reforçadas no quadro e que utilizam componentes à prova de bala. Os cursos podem chegar aos 270 mm atrás e 300 mm à frente, com a Marzocchi Super Monster.
Diferenças para a categoria anterior: mais peso, mais reforços no quadro e componentes muito resistentes
Utilização principal: voar e aterrar sem paraquedas!
Também permite: DH e FR
Limitações: em DH, as limitações são o peso excessivo (chegam aos 30 kg); em FR, além do peso excessivo, têm curso a mais e não se “deixam” pedalar se for preciso fazer uns metros a subir ou mesmo em plano...

4X /Street/Dirt
Definição: bikes para saltos tipo Dirt, Tables, “step ups” mas também para corridas de 4X ou para atacar os muros, escadas e outros obstáculos da cidade. Existem algumas diferenças de componentes se quisermos criar bikes específicas para estas três categorias.
Características principais: Nas de 4X, podem inclusive ter suspensão atrás (100 a 140 mm), o equipamento não precisa de ser muito robusto, os pneus devem rolar bem e, à frente, o curso não precisa de ultrapassar os 120 mm. Para Street, as rodas e os componentes são os mais robustos que houver, as suspensões têm mais curso (há quem use dupla coroa!) e alguns recorrem a singlespeed. Para Dirt, quer-se uma bike leve mas robusta. Os quadros muitas vezes são em Cromoly (como em Street), muitos utilizam singlespeed e apenas um travão (atrás).
Utilização principal: skate parks, pistas de saltos, a rua, pistas de 4X...
Também permite: XC lazer, Enduro, Freeride light
Limitações: dado o peso e geometria, não são muito práticas para utilizar em XC, mas dão para fazer uns kms... Também ficam limitadas numa utilização de Freeride pela falta de suspensão traseira e pouco curso da dianteira, porque de resto a geometria é favorável e a resistência do material é elevada. Em Enduro, a falta de conforto e curso é o principal contra, uma vez que os cerca de 14 kg de média destas bikes não é exagerado.

NOTA: A responsabilidade pela escolha das fotos de bikes aqui publicadas, é minha. A BIKE MAGAZINE não ilustrou o seu artigo com nenhum modelo, nem fez referencias a marcas!

2 comentários:

Anónimo disse...

permite-me o mestre mourex pôr este excelente artigo também no meu blog?
PortugadoPedal

Ps - quando é que sai a Freebike nº 2????

EL MOUREX disse...

Ora pois!!! (Ler esta frase com pronuncia Tuga)
O que é meu é teu!
Abraço,
Mourex